segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pregação 15/05/2011 - Esboço

Parece que precisamos de um auxílio visual para tornarmos a nossa percepção da realidade mais concreta. Talvez, por isso, é que, normalmente, tendemos a coisificar o que compreendemos da vida. Talvez, por isso, é que criamos ícones. Isso parece ajucar a nos manter na realidade.

Um parênteses: Deus proíbe a sua representação por ícone de qualquer forma que seja. E eu acho que isso ocorre porque o ícone nunca é exatamente aquilo que se pretende representar. O ícone sempre carrega um pouco de nós, dos nossos medos, incertezas, inseguranças. E Deus não quer, nem pode, ser compreendido preso a nós, porque se assim for, Ele fica reduzido a mim mesmo, às minhas próprias incompetências, e deixa de ser Deus capaz de me auxiliar.
Não que não possamos conhecer a Deus, mas, antes, é necessário conhecê-Lo por aquilo que Ele diz, e não por aquilo que eu acho que Ele diz.
Festas, ritos, etc. podem nos auxiliar a conhecer Deus, mas Ele é mais do que os símbolos que utilizamos.
Deus é LUZ, ESPÍRITO, AMOR.

E aqui pulamos para um outro degrau.

Ele sabe que fazemos isso e Ele sabe que precisamos reconhecer isso para que possamos mudar.
Talvez, por isso, Moisés derreteu o bezerro e fez o povo beber a água com o pó do bezerro (Ex. 32:20): para mostrar ao povo que o bezerro estava dentro de cada um. E aquilo, embora fosse o que eles pensavam sobre Deus, aquilo NÃO ERA DEUS!

Acho que também nós, somos assim instruídos por Deus.

Ele nos coloca diante de nós mesmos e descobrimos que o que somos e vínhamos pensando sobre a vida, sobre nós, sobre os outros, sobre Deus, não passava de ícones, de imagens que minha incompetência criava, de uma representação minha sobre Deus, ou, finalmente, de um desejo íntimo de ser como Deus, de impor a Deus, ou mesmo, de colocar em Deus, o meu caráter, aquilo que sou.

Mas Deus nos ama e põe um espelho em nossa frente. Ele nos leva diante de um precipício e nos mostra todos os reinos e mundos que nõs mesmos criamos e pergunta: Com quem (ou o quê) você quer ficar? Comigo, ou com aquilo que você tem criado e acreditado ser Eu, mas que, na realidade, é você mesmo?

Deus nos coloca diante das nossas certezas, medos, seguranças, caráter, e nos pergunta: Você está disposto a deixar tudo e me conhecer um pouco mais?

Como eu sou arrogante! Orgulhoso! Achando que é aquilo que penso que é a melhor coisa do mundo. Que os outros estão todos errados. Que só eu estou certo.

Em Romanos 14 Paulo nos orienta a cuidar dos irmãos, em especial dos mais fracos na fé. E, dentre as várias perguntas que faz, se sobressai uma: Quem é você?
Ou melhor, "quem você pensa que é?". Essa pergunta é que revela nossa arrogância juntamente com uma outra que não consta no texto bíblico mas com ele faz eco: "Você sabe com quem está falando?"

É hora de eu aprender a viver e morrer para Deus, como Paulo ensina no verso 7.

Que Deus me abençoe a deixar minhas arrogantes certezas e cuidar dos irmãos, sem perguntar "quem é você?", nem "você sabe com quem está falando". Apenas aprender a amar e confiar em Deus.