No domingo, 30/11/08, o Jo ministrou o louvor e fui eu quem pregou.
Eis o texto que escrevi para a pregação. Depois eu conserto! :-)
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Pregação – 30/11/08
Normalmente, quem prega começa a apresentar sua argumentação e deixa a conclusão para o final. Mas como eu quero que a conclusão fique bem gravada em nossas mentes, vou apresentá-la agora. Assim, toda a pregação de hoje tem um objetivo, fazer com que compreendemos que DEUS É O SENHOR E DONO DE TODAS AS COISAS. Se você gravar isso, já entendeu toda a mensagem.
Hoje de manhã o tema da EBD foi “Como lidar com problemas financeiros”. Começamos uma discussão interessante e se você tem problemas financeiros vou fazer uma propaganda da aula do próximo domingo às 9h30min. Venha aprender e ensinar no domingo que vem.
O texto que serviu de base hoje foi o de I Tm 6:10, ou melhor, I Tm 6: 3-11, pois o verso 10 é uma conclusão parcial em uma argumentação maior. E “texto fora de contexto é pretexto”.
Depois, durante a conversa sobre quais as causas de problemas financeiros, duas palavras surgiram para esclarecer o estudo. A primeira pelo Seu Jurandir e a segunda veio do Carlinhos. As palavras foram Administração e Responsabilidade. Ou seja, para tentar evitar problemas com dinheiro é preciso administrar bem o que temos e agir com responsabilidade.
Esse estudo da manhã me levou a pensar no tema do estudo de hoje à noite e que já há três domingos está sendo abordado: MORDOMIA.
Quando comecei a falar sobre Mordomia, há três semanas atrás, montei uma equação: Fé + Obediência = Mordomia.
E as palavras de hoje pela manhã: Administração e Responsabilidade têm tudo a ver com Mordomia.
Desde Gênesis, nos dois relatos da criação, Deus orienta o homem e a mulher a agirem como mordomos, responsáveis pelo que receberam.
Em Gn 1: 26, Deus diz que o homem deveria dominar sobre o mundo criado.
Conjugando esse texto com o texto de Gn 2: 15, no qual lemos que Deus colocou o homem no jardim para cuidar dele e cultivá-lo (lembremos que o jardim plantado na região do Éden foi plantado por Deus, como diz Gn 2: 8), temos no quadro que o jardim plantado por Deus na região do Éden foi entregue ao homem para que este cuidasse do jardim para Deus, para que o Homem fosse o mordomo de Deus sobre a criação, e o “dominar” parece que jamais poderia indicar uma relação de posse, mas uma relação de autoridade outorgada. Ou seja: o Homem 'dominaria' porque Deus, que é Senhor de tudo, deu ao Homem, como mordomo, o dever de cuidar bem, de administrar tudo com responsabilidade. O Homem não domina porque é dono, mas porque é mordomo, e será cobrado do que não cuidar.
Essa compreensão de mordomia muda um pouco o foco da expressão “muito bom” do verso 31 do capítulo 1º de Gênesis.
Essa integralidade da unidade de toda a criação de Deus me faz entender que o “muito bom” se referir apenas à criação do homem e da mulher é algo pequeno, egoísta e antropocêntrico demais. É dar muita importância ao mordomo e esquecer do Criador.
Creio que o “muito bom” se refere à toda a criação, se refere à colocação de cada coisa em seu devido lugar, se refere a todo o trabalho de Deus desde o primeiro “fiat” à colocação da última peça no quebra-cabeça, à última pincelada, que foi criar o homem e dar-lhe uma função de mordomo sobre tudo.
É esse todo que é “muito bom”, não apenas o homem. O Homem fora do todo não é “muito bom”, nem o todo sem o homem.
E, pensando assim, a idéia de mordomia se amplia novamente.
A palavra mordomo vem do latim e significa “o criado, o servo maior”. Era esse servo encarregado pelo seu senhor para cuidar de tudo na casa.
E acho que esse significado já diz tudo a nosso respeito.
Deus é o Senhor de tudo, e nos pôs como encarregados sobre tudo o que Ele criou.
Pensando Mordomia dessa maneira integral minha relação com Deus, com os outros, com a natureza e comigo mesmo é posta em cheque. Eu sou posto contra a parede.
O primeiro fato é que Deus é o Criador de Tudo e Todos.
Tudo pertence a Ele! E tudo o que eu fizer com o que Ele colocou na minha mão para cuidar eu vou prestar contas.
Vamos a alguns exemplos:
A) Por que eu não posso poluir a natureza? Porque ela é de Deus, não minha. Eu sou apenas mordomo e vou ter de prestar contar a Deus por aquilo que eu estragar na Sua Criação;
B) Por que eu não posso maltratar os animais? Porque não são meus! (Pv 12: 10);
C) Por que eu não devo desperdiçar comida? Porque ela não é minha. O que tem isso a ver com Mordomia? Tudo. Se eu desperdiço comida esqueço que a comida não veio do céu por milagre, mas alguém plantou, e alguém trouxe-a até mim, e, pior, alguém está sem ela. E eu, de maneira displicente, jogo fora o que Deus me colocou nas mãos para cuidar. Você sabia que se houvesse cuidado e os alimentos que se estragam nos CEASAS e Mercados fossem doados e não se deixassem estragar não haveria mais fome nesse país?
D) Por que eu não devo ser consumista? Porque eu sou mordomo. Se eu uso e abuso, não atuo em preservação daquilo que é do meu Senhor, mas visando a minha própria satisfação. Aqui, deixo uma pulga atrás das orelhas daqueles que, como eu, gostam de uma churrascaria, e, também, das mulheres e homens que não podem ver uma promoção para comprar um produto que nunca vai ser usado.
Parece exagero, não é?!? Mas para um mordomo que deve administrar tudo com responsabilidade para o seu Senhor, não creio que seja. Sabe o texto que afirma isso tudo? “Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas”. (I Cor 6: 12)
E sabe como eu sei que fui dominado pela comida em uma churrascaria ou restaurante? Quando eu volto para casa e pergunto: “Onde está o sal de fruta?”
Sabe como eu sei que fui dominado pelo consumismo em um shopping ou supermercado? Quando volto para casa e penso: “Como é que eu vou conseguir pagar isso?”, ou “Quando será que vou usar isso?”
E) Por que eu devo cuidar do meu semelhante? Porque ser mordomo inclui cuidar de toda a criação de Deus, inclusive o semelhante, o nosso próximo.
Mordomia não é só cuidar de dinheiro é cuidar de tudo, porque todas as coisas pertencem a Deus, seja a natureza, nossos bens, cada um de nós, nossa vida.
E de tudo daremos conta ao Senhor como mordomos que estão sendo instruídos na administração com responsabilidade.
Nessa questão de mordomia, esquecemos facilmente de dois textos. O primeiro está em Dt 10: 14, que nos assevera que TUDO pertence a Deus. O segundo é mais difícil ainda de lembrar, pois, mesmo que decoremos o primeiro, esse outro texto nos afronta muito, pois, I Cor 7: 22 me lembra de que não apenas TUDO pertence a Deus, como também EU pertenço a Deus.
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